5/14/2006

Cicloturismo - passeio de bicicleta - Baleal Peniche Baleal (24km) - fácil

Aparecem exemplos de blogueiros como aqui, no Santa Terrinha, que deixam um mapa com um esquema e uma descrição sumária do percurso. É uma excelente ideia visto que não existem bases centralizadas on-line. Hoje em dia o BTT ou intermédias, ganham adeptos porque levam os ciclistas para fora das estradas nacionais, para o meio da Natureza, sempre que possível. É de facto mais seguro. É preciso transportar as bicicletas no carro, com barras e suportes próprios, para as levar aos sítios interessantes. Acreditem, fazer 50km de estrada numa bicicleta de estrada, é tão cansativo como fazer 15km em terrenos "campestres", pelo que compensa.

Prometo ir deixando aqui alguns passeios que vou fazendo na zona oeste. Começo por este, de Peniche.

Baleal - Peniche - Baleal


dificuldade: fácil
distância: 25km
duração: +- 1h:30

1
Sair na A8 para Peniche, seguir para o Baleal, e estacionar do lado de cá, isto é, não levar o carro para a ilha que está ligada por uma estrada de uma faixa. Isso é para o passeio dos tristes. Os bons visitam a ilha de bicicleta ou a pé. É a primeira coisa a fazer, partam para a ilha, dêem a volta (por qualquer um dos lados, como Robinson Crusoe descobriu, vão dar ao ponto de partida). Aproveitem para ver o mar e invejar os sortudos que têm ali casa, construída ilegalmente no final dos 70s, mas ali está e bom proveito para eles. Humpf.

2
Voltem para o lado de "cá" e entrem na gigantesca ciclovia que liga o Baleal a Peniche. Não é especialmente divertido, são rectas enormes. Aos fins de semana há muito trânsito, cuidado, não atropelem aqueles casais que gostam de andar a pé nas ciclovias, algo que me deixa francamente intrigado, visto que a praia do Baleal é óptima para andar a pé, pois tem um areal enorme que liga o Baleal a Peniche e que fica bem duro e estável, ideal até para os amantes do jogging. Ultrapassa-me que prefiram andar a pé à torra do sol, encostados a uma estrada de alcatrão. Outro exemplo surpreendente é a ciclovia da lagoa de óbidos que é usada regularmanente por pedestres, quando a lagoa e as suas belas margens frescas estão ali a 200m...

3
Chegados a Peniche, cortem à direita na primeira rotunda e sigam sempre em frente para o cabo carvoeiro, pelo lado norte. Aqui é estrada, mas durante a semana é muito pouco movimentado. Aqui encontram as subidas, embora sejam realmente muito pouco inclinadas e muito suaves. Aproveitem para parar na "varanda de pilatos" ou no café do cabo carvoeiro. A vista é esplendorosa. Bebam água, tirem fotos, essas coisas. A Nau dos Corvos é fantástica e nunca as Berlengas se viram tão bem de terra. Cliquem Aqui- têm uma listagem de pontos de interesse do Cabo Carvoeiro.

4
Continuamos o caminho, podem sair da estrada, há uma série de carreirinhos com nomes sugestivos com diabo e inferno pelo meio, onde intrépidos pescadores descem para para pescar peixinho fresco. Chegados a Peniche, podem ver o forte onde Álvaro Cunhal esteve preso e conseguiu fugir. Tentem descobrir como e por onde. Não é fácil. Vão pelo pontão do farol de peniche, vejam os barcos, e invejem os donos dos dos veleiros, especialmente os de mais de 7 metros. Eu pelo menos invejo sempre, faz-me bem, dá uma espécie de motivação extra para sermos ricos nós também. Se calcularam bem o tempo de percurso, sigam para o ponto 5.

5
Almoço! Passar por Peniche e não comer uma caldeirada é crime, até para o ciclista desportivo que está no pelotão da frente. Nem o Lance Armstrong resistiria ao cheirinho que emana dos caldeirões. Podem deixar a bicicleta junto à esplanada que escolherem. Recomendo o restaurante do toldo verde, logo o primeiro que tem vista para o cais, porque está mais perto, e qualquer esforço extra para a operação delicada que se segue, não é recomendável. Comam bem, empanturrem-se, vai ajudar-vos a pedalar. Os preços são baixos quando comparados com o mesmo prato em Lisboa, mas com muito mais qualidade e variedade de peixe. Uma caldeirada para duas pessoas (na prática 3 ou mais) custa 22 euros, o mesmo que um ovo escalfado e um cestinho de pão nos restaurantes que o Eduardo Pitta recomenda.

6
Depois do café, partam de novo para o Baleal pela ciclovia de novo. Não recomendo ir pela praia porque areia, água salgada e rolamentos de bicicleta não combinam bem. Agora, estranhamente, custa mais depois do almoço. Pode ser por estar mais calor ou pode ser do almoço no bucho. O terreno continua plano mas parece que custa mais. O grau de dificuldade varia consoante a quantidade de caldeirada e imperiais que consumiram. Amadores, tenham cuidado.

Depois desta manhã desportiva, vinguem-se a ver filmes na TVI a tarde toda.
Nota muito positiva para as câmaras municipais que apostam em ciclovias.